" Pastora de núvens fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina,
e onde nunca é noite e nunca madrugada"

Destino - Cecília Meireles





domingo, 23 de janeiro de 2011

Fases?

Gosto de saber que tudo que eu tenho vontade de dizer já é um clichê, um melodrama falso-literário ou adolescente, faz-me sentir menos só!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A fasciculação de Hoje: Esquadros

 Gostaria de poucas palavras hoje, descobri esse video em minhas andanças pelo youtube e queria deixar registrado minhas fasciculações quanto a ela! Música e interpretação que me arrepiam.Aos fãs do Renato Russo(ou não),da Adriana Calcanhoto(ou não),do Belchior(ou não),ou simplesmente a quem curte uma boa música sem rótulo algum.Sem interpretações,ou elogios medianos que desencantam tudo,a gente ouve e sente,não podemos explicar tudo(ou explicar nada).

Esquadros

Adriana Calcanhotto

 

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...
Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Inércia

  Pior que estudar a inércia na física é percebê-la na vida! 
  Viver alí naquela zona de conforto nada confortável.Aquela vontade de começar tudo do início de novo,aquela necessidade de começar tudo do começo,mas sempre falta coragem,você se imagina sempre diferente,se projeta diferente,mas você é sempre o mesmo. Será possível enjoar de si mesmo?
Meu Deus!Estou parecendo uma suicida,mas não é isso,gosto de mim e minha vida muito,muito,por isso tenho vontade de lhe comprar uma roupa nova e deixá-la mais bonita e agradável.
   Pezinhos enterrados no chão,mas há sempre tempestades que arrancam árvores!


Abraços!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Rei das Fasciculações

  Aproveitando a deixa do "Amor em 4 atos" criado pela globo,do qual não quero e não vou comentar e ponto!Quero falar do verdadeiro rei da música!O rei das fasciculações!O que cria canções tão... divinas que tenho medo de proferir palavra e quebrar o encanto.
  O símbolo de artista perfeito, que sabe falar das coisas belas da vida sem ignorar as suas mazelas e vice e versa,o homem que faz o sofrimento ficar bonito, que canta para a alma das pessoas! O homem que sabe a beleza e a dor de ser mulher! Não só das mulheres que passeiam de lancha e comemoram em mansões,mas também dessas e aquelas que sempre fizeram cinema sem nunca terem tocado em uma câmera.
   Como são, suas mulheres,  poderosas e submissas ao mesmo tempo, como sabem ser cruéis e sofredoras com aquele toque delicado.Como elas amam! Ele sempre consegue abordá-las com tanta naturalidade e verdade.Para a genialidade, com poesia e crítica, de suas canções políticas não tenho expressão.
   E quanto àquele charme, não só dos olhos verdes, mas daquela simplicidade e daquele rosto tão sereno ao cantar como se aquilo que está dizendo não tivesse importância alguma! Aquele aspecto triste que te da vontade de por no colo!Meu Deus e o sorriso...
    Ele não precisa de títulos e coroas,mas assim mesmo ELE É O REI!Quanto tempo levará a humanidade para criar outro? Talvez nunca mais!Vamos aproveitá-lo!


  Difícil mesmo foi escolher somente uma música e interpretação para colocar aqui. Escolhi, mas deixo a recomendação para que procurem outras para alegrar seu dia e sua vida,Existem verdadeiras relíquias no youtube!


Abraços!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Só pra mim

   
      Agora estou sentindo um misto de ... com algo que não sei o que é.Não posso entrar muito em detalhes,mas espero que coisas boas aconteçam. Estou fasciculando com possiveis pensamentos,mas felizmente nem todo mundo é igual a mim.Se alguém estiver lendo isso peço que desculpe a abstração, agora escrevo basicamente  para mim, mas é muito importante deixar registrado.
   Não estou triste, estou estranha,mas não queria estar de outra maneira.Talvez eu esteja confusa ou esteja com plena certeza.Queria que alguma coisa desse certo e não haveria palavras para minhas fasciculações, então teria que me calar.Acho que é medo a palavras das reticências,mas talvez não seja. Tão típico!

Perdoem-me a demasiada introspecção!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um Menino

      Seguindo a proposta do blog Café Samedi,que divulga uma imagem e sugere a criação de um mini conto,e dando continuidade ao tema de minha última postagem que ainda não saiu de minha cabeça e ainda me causa fasciculações, para a imagem a seguir escrevi este mini conto,prometendo voltar da próxima vez com temas que me cause fasciculações mais alegres:
                                   
                      
    Um Menino

    Agora que tudo acabou, ele finalmente pode respirar aliviado, dormir tranqüilo, finalmente não precisava mais guardar segredo nenhum.
    -“Linda criança!”, todos diziam, “... só um pouco abatida!”, outro comentava. Foram longos anos tormentosos! Seis exatamente, dos seis aos doze, e como lhe ensinaram esses anos, ensinaram-lhe até demais,mais do que forte ele ficou rígido,mas do que maduro ele ficou velho.
   Na primeira vez em que a fechadura de seu quarto foi aberta no meio da madrugada, o pobre não entendeu nada, mas depois de tanta repetição ele já nem queria mais entender. Mamãe perdeu a paciência com suas notas baixas na escola e com sua falta de amigos e de tanto que ela repetiu que ele era um burro e incapaz, ele acreditou. Mas ele no fundo sabia que era bom. Como era bom! Sabia andar e sentar normalmente como se nada tivesse acontecido e como se nada doesse, sabia ficar quieto, nenhuma criança ganharia dele na brincadeira de calar a boca, ele até tentava sorrir e incrivelmente até conseguia de vez em quando, mas quando analisou tudo isso, sabiamente ele percebeu que não era mais uma criança. Não, não era mais. Um dia ele havia sido, mas mal podia se lembrar.
    Ele deixou tanto de amar a quem o cercava que se julgou incapaz disto também, um dia ele pensou em Deus, mas seu conceito ainda era confuso. Aos doze anos, ele jurava poder ver rugas e cabelos brancos em si, também via nitidamente seu cansaço, seus olhos roxos, mas eram marcas que só ele podia enxergar. Ninguém conseguia notar, talvez se ele as mostrasse... Não, não! Ele era bom em esconder, era a única coisa que ele sabia fazer e o faria até quando fosse necessário. Quando veio a moça do governo para separar sua família, ele escondeu. Quando a tia da escola e a moça do hospital ameaçaram chamar a polícia, ele escondeu. Mamãe o amaria por isso, ele era bom, ele sabia!
     Um dia finalmente, na mesa do café da manhã enquanto todos comiam, entrou um sujeito em casa, um sujeito sujo, com uma arma, ele falava algo sobre dinheiro e dívida, mas o menino não estava prestando atenção, ele só conseguia ver a cara de medo do “papai”, como ele estava desesperado, ele tremia. Agora ele era tão frágil, tão pequeno, agora ele não sorria maliciosamente, nem gritava,agora ele chorava,chorava alto, logo ele que sempre disse que homem não chorava. E o homem não teve pena, ele não teve, ele atirou uma, duas vezes... Mamãe se descabelou se atirou ao chão,chorou,gritou e disse que a vida dela também tinha acabado, mas o menino não... o menino sorria, sorria sinceramente e com vontade como há anos não fazia. O menino agora era livre, embora seu retrato não fosse mais de um menino, agora ele era um velho, um velho cansado, maltratado, mas livre.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Bastard out of Carolina

  Continuando a falar sobre filmes,não posso deixar de falar sobre o filme que vi hoje e como fiquei ...abalada,talvez seja a palavra. Visitei uma locadora em falência em minha rua e comprei um filme que achei interessante.Marcas do Silêncio (1996)ou Bastard out of Carolina,título original. A príncipio pensei se tratar de um simples filme dramático,mas muito me surpreendi,realmente era dramático,mas nada tinha de simples.
  Trata-se da história de uma garotinha filha de uma mãe de 15 anos que nunca se conformou com o carimbo de ilegítima na certidão da filha,aos 17 anos sua mãe se casa com um homem que assume sua paternidade,mas seu novo pai morre em um acidente de carro.A mãe agora com duas filhas passa a trabalhar como garçonete onde conhece um outro homem com quem se casa e aí sim começa o verdadeiro drama. Bone,apelido da garotinha,passa a ser abusada física e sexualmente por seu novo padrastro.No ínicio a mãe não fica sabendo das agressões,mas mesmo quando passa a presencia-las nada muda.
   A realidade das cenas impressiona, confesso que tremi, senti  em mim o medo, o desespero e o abandono da protagonista,saí da sala, voltei,pensei em parar o filme,mas continuei,tive vontade de chorar,de vomitar...
    Também impressiona a situação da mãe e muito faz pensar,ela também fica desesperada com as agressões à filha,mas sempre volta para o marido,sempre o escolhe como se não tivesse escolha,como se fosse seu papel. A cena do estupro de Bone demonstra bem isso e choca,ela chega na casa de sua irmã e encontrar seu marido violentando Bone, ela retira a filha de la´e é seguida por ele até o carro,o homem implora para que ela o mate mas não o abandone e ela reage colando a mão para fora e o acariciando.
   Fiquei chocada com as cenas sim, mas o que mais me abalou  foi lembrar que havia lido na sinopse que se tratava de um filme baseado em fatos reais,e lembrar de tudo que já ouvir falar sobre isso e o tanto que presenciarei.Lembrei da minha postagem sobre crianças e sobre o que havia dito sobre ser a infância sempre bela. Senti-me mal por saber da importãncia dada a tanta coisa fútil na mídia e no cinema,coloquei um pouco meus pés a realidade cruel.
   Assim que terminei de ver,entrei na internet e descobri que a história era baseada no livro semi-autobiográfico  de Dorothy Allison, ela saiu de casa,descobriu ser lésbica e se dedica a escrever sobre violñcia contra mulher,incesto,violência infantil e principalmente tudo isso contextualizado com a classe trabalhadora.Não consegui saber muito sobre ela e seu trabalho, tudo que encontrei na internet está em inglês e a tradução do google não nos permite entender muito,mas consegui entender que ela também se abalou com a realidade do filme,que foi filmado na cidade,nas casas e nos campos que marcaram sua infância.
   Há muito o que fazer e há muito o que mudar no mundo,fico imaginando quantas crianças estavam vivendo em carne e osso aquilo que eu não estava aguentando ver na sala através da televisão.Ainda estou meu estranha e com medo de ter pesadelos.Ainda o estou digerindo...

 A quem tiver interesse e coração forte, recomendo "Marcas do Silêncio( Bastard out of Carolina):
                                     

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vivendo...vivendo...

   Comecei a ver "Divã" no Festival Nacional na Globo e resolvi passar por aqui. Nem consegui terminar de ver, já o tinha visto antes e por isso mesmo que parei a tempo. Muito desperta em mim.
   Como a vida parece desistimulante,sei que a intenção do filme não é esta, sei que é maduro saber,compreender e aceitar que a vida não é segura e tranquila e que a felicidade eterna não existe como nos contos de fadas ,mas é triste, para mim é triste saber que aquela felicidade que se sonha e que todos,todos mesmo, mesmo os  que não admitem, procuram para si terá um fim,um fim certo!Talvez eu não seja mesmo madura,no bom sentido,eu penso.
    Houve um momento em minha vida que ocupei-me de procurar uma relação como exemplo,perfeita,uma só,não importava estatísticas,mas era importante saber que existia e que era possivel.Não encontrei, mas eu desisti cedo,talvez exista.Não perco esperança por isso,nem se quisesse.Não quero!
   Não quero me transformar naquelas pessoas que não acreditam em nada,que não se surpreendem nunca e que sempre soube que tudo daria errado.Sei que tenho fortes tendencias a ser assim,mas sei qeu não serei!Fico me imaginando com sessenta anos e pensando o que motivará minha vida lá,ocupo-me tanto com isso hoje que talvez quando chegar eu já tenha encontrado uma solução.
   Comecei a lembrar de outros filmes que muitos me encantam,falarei de cada um deles em algum momento,sei disso.Como a arte faz tudo parecer mais belo,talvez tenha sido para isso que ela existe.

  Um Abraço a todos que já passaram por aqui e manifestam o quanto  gostaram,saibam que é muito importante pra mim!