" Pastora de núvens fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina,
e onde nunca é noite e nunca madrugada"

Destino - Cecília Meireles





sábado, 27 de julho de 2013

Palavras Mudas

Comigo podes falsear inspiração
travestindo em nada
pulsões de um gesto fácil
palavras sem vago chão.

Soube meu dia
responder pelo que dizia
pro fruto da terra
zelar por meu sorriso
impor-se à minha alegria

Angústias vãs
nunca alimentaram a quem quiz,
Vazias como mensagens
sem tinta,
prestes a aliviar o coração
calmas como ousada  oração,
mas mudas como pobre fantasia!




quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dana Plato (1963/64- 1999)



  Meu dia frio  por pouco pode ter sido considerado perdido, com minhas mãos geladas e travadas em baixo do edredom, exceto pelo fato da pouca utilidade de meus mergulhos investigativos no mundo do google.
    O alvo da vez foi Dana Plato, e haja melancolia de dia frio para chegar a altura de tal drama! Quem sabe um dia me aventurando no mundo do cinema  faço um filme da vida dela!,
    Dana Plato, nasceu em 7 de novembro de 1964, ou 1 de novembro de 1963, há controvérsias quanto a esta data, e eu a conheci ( bem depois de sua morte) como Kimberly no seriado Arnold, ou Minha Família é uma Bagunça ou Diff'rent Strolkes, que Silvio Santos ainda exibe nas tardes do SBT.
    Quem vê a comédia inocente, abordando com muita leveza temas sociais e sérios, não imagina quanto sofrimento se seguiu dali. Não foi inédito pra mim os dramas e desfechos que envolveram os atores mirin's da série, descobri há uns anos, logo que vi o seriado, inclusive da tragédia maior de Dana Plato,mas sempre volto a estes descobertos e hoje foi dia.
     O seriado conta a história de um senhor rico  e branco, (Conrad Bain) que vive numa cobertura em Manhattan, Nova York, e que após a morte de sua governanta, atende a seu último pedido, de que cuidassem de seus filhos e os adota como filhos, Willis (Todd Bridges) e Arnold ( Gary Colemam). Kimberly (Dana Plato) é a filha biológica deste senhor, e assim se segue a sequencia da trama , que se estende de 1978 até 1986. Acontece que em 1984 Dana é demitida da série por ter engravidado e a partir de então sua vida vai  decaindo tempo a tempo.
     Que o mundo de hollywood é perverso, seja com quem está nele ou fora dele, nós já sabemos, mas notar assim tão nitidamente vidas sendo descartáveis ainda é chocante. Dana então sai da série e se casa, um ano após o nascimento de seu filho, Tyler Lambert, seu casamento acaba e ela vai viver com a mãe adotiva, ( pois sua mãe biológica a tivera com dezesseis anos e sem condições de sustentá-la entregou-a à adoção), um ano depois, sua mãe adotiva morre com uma doença rara no sangue, e ela então sem emprego , passa a guarda do filho Tyler para os avós paternos, e se aprofunda ainda mais em seu vício nas drogas.

 


  A partir de então Dana Plato, tenta ao máximo retomar a carreira de atriz, posa nua para a playboy, trabalha como atendente num lava jato, sem dinheiro nem para pagar o aluguel é recusada num emprego para lavar os banheiros e recolher o lixo do prédio e de princesinha da América, torna-se detenta e condenada por assalto à mão armada e mais tarde por falsificar receita de Valiun (remédio controlado a qual era viciada).
   Várias são os dramas envolvendo sua vida, muitos retratados neste documentário, disponível no youtube, que não sei quando foi produzido, e acredito haver a existência de um outro também sobre os atores do seriado, que não encontrei disponível na internet. ( Behind the Camera: The Unauthorized Story of Diff'rent Strokes) que se alguém tiver ou encontrar, aceito de bom grado.

    Em 7 de maio de 1999, Dana deu uma longa entrevista para um programa de rádio dos Estados Unidos, onde os ouvintes podiam participar, e muitos deles o fizeram a hostilizando muito, alguns destes também a destinaram palavras de conforto que a emocionaram e a fizeram chorar no ar. Ninguém saberia que no dia seguinte, Dana morreria com overdose de remédios no trailler da casa de sua sogra. A morte foi considerada suicídio, embora muitas pessoas ainda duvidam de tal causa, e alguns suspeitam do envolvimento de seu marido( que a fotografou em seu momento letargico antes de morrer) em sua morte.
  Sua última entrevista está toda disponível no youtube e é uma pena eu não saber inglês para poder entendê-la. :/

     
 


A Banda americana The Mountain Goats, possui uma música chamada '"Song for Dana Plato", de autoria de Jonh Darnielle , que eu não sei bem se foi feita após sua morte ou antes,mas  que eu descobri hoje e achei uma linda homenagem.
  
          



   Mas esta história não termina por ai, em 2008, Tyler Lambert, filho de Dana, ganha um processo contra o marido da mãe em sua então morte, alegando que este não a socorreu devidamente em seu pré-morte. Dois anos depois, em 6 de maio de 2010, dois dias antes de completar 11 anos da morte da mãe, com 25 anos de idade e nas vésperas do dias das mães, Tyle comete suicídio com um tiro na cabeça. A Avó paterna chegou a declarar que ele também estava envolvido com drogas e nunca superara a morte da mãe.
    A música da Banda The Mountain Goats, para Tyler é ainda mais emocionante, parece tomar por base uma foto disponível pela internet, a mesma que vi ao digitar Tyler Lambert no google. A banda que  parece acompanhar a tragédia vívida que envolve Dana  e emocionar-se com como esta forma de lidar com a vida faz aos olhos do mundo, e assistindo pacificamente, uma sociedade acompanhar calmamente o fim de uma vida que não cansou de de todas as formas pedir socorro. A canção chama-se "Tyler Lambert'g Grave" ( O túmulo de Tyler Lambert)


                                                         





 Segue abaixo os links do documentário sobre os atores do seriado Diff'rent Strolkes, dublado exibido pelo canal  E!, assim como o link da entrevista dada  pela banda Mountain Goat's a respeito da música Tyler Lambert's Grave. Volto outro dia para tratar do drama não menor, de Gary Colleman, companheiro de seriado de Dana.  Fasciculações a Todos!




Entrevista Mountain Goats:

Documentário

E! True Holywood Story: Diff'rent Strokes - Parte 1/3 

www.youtube.com/watch?v=tek3Q-coE0A‎ 

   








quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tarde

Eu poderia jogar redes no ar
e esperar sua voz filtrar-se em mim!
Ouviria então,os murmúrios
da selva ocular do meu tempo
castigando a fraqueza
das têmporas maciças do meu dom!

Eu usaria as tintas a serviço dos vultos
a transformar suas linhas em versão do mundo!

Eu poderia iluminar com neon
os sentimentos que (im)portunam minhas palavras
sempre que um tempo é seu,
mas é tênue
a voz que faria do meu belo gesto
tarde demais.

Eu poderia te enlouquecer de dúvidas
com os enganos da nossa face,
e fazer do meu corpo
pedaço  consciente
das pedras mundias que me descontrolam
Só para controlar!
 eu poderia revistar suas células
e plantar indícios que me oriente.

Eu corromperia as horas,
os fatos e as flores
pra te fazer pensar nas águas
que enrubesceram minhas mãos gélidas
Mas eu fiz brincar com as notas
enquanto fazias ao mundo um ser
E classificam-se inousadas,
as lembranças belas
em interrompidas confissões eternas!
Que jamais vulgarizaria
a pieguice que me faz acordar
a esperança que finaliza a vida!


Fasciculações a Todos!