Todo dia um conto lhe acordava o dia!
E como estava cansada de palavras tão martirizadas nas linhas que as obrigava! E tão cheia daquele tom que imbecil que fazia a vida doce! Este mesmo que estava por usar agora.
Queria suas palavras amargas como os dias lhe pareciam.
"- Mas que mentira!" ela lhe contestava, a vida não lhe parecia amarga, mas melosa e inútil, como puramente expressavam suas palavras.
Todas aquelas de todos os dias. Estava meio enjoada e pouco perturbada. Trocaria chiclete por botões de roupa.
E ai estava novamente, ecaaaaaa! "Trocaria chicletes por botões de roupa", nada mais típico do que a vida se tornara. Um clichê depressivo e alternativo modo de viver. Com falsos dramas criados todos os dias, pra fazer os dias frios tocarem músicas americanas. RA RA RA! Mas Faz tanto calor nesta cidade!
E então cada conto ela espantava com um antiácido, um analgésico ou relaxante muscular, anti-inflamatório ou antitérmico. Um comprimido e um banho quente. E como mosca lá vinha novamente o conto lhe perturbar durante a noite, quandos todas as luzes se apagavam.
Um pouco de paciência a destruiria. Alguns heróis lhe fariam bem. Pouca honestidade e mais raiva, umas luvas de boxe, e alguns alvos. Alvos não lhe fariam mal.
E ela ligava a TV , e ficava tudo bem, até que sua mente se cansava minutos e la estava ela numa Europa em cores frias, ou em um rio com cores quentes, afundando afundando. Ahhh, quem a ensinara ser assim?
E ela ligava a TV , e ficava tudo bem, até que sua mente se cansava minutos e la estava ela numa Europa em cores frias, ou em um rio com cores quentes, afundando afundando. Ahhh, quem a ensinara ser assim?
Ninguém, era este o problema, não havia um alvo a vista.
Ela tentara uns anos, agitações úteis, mas utilidades são tão cansativas! Mais cômodo é mesmo não fazer nada e entender tudo, e apoiar palavras, ah palavras palavras. Quem lhe deu tanta chatisse? E justo essas vieram a influenciar suas vozes. Mestres acordavam pessoas, o que há em si apenas compõem lágrimas. Aquelas velhas de toda a era, oh maldita era! Onde vive a era da fúria? E por que esta não a contagia hoje?
Ah sim, mas seu coração é frágil...
Porra nenhuma, sangues foram feitos para correr... e drenar e inundar e nem pensar durante e ahhhhhhh
Sim, ela gritou e foi bom, mas ninguém ouviu, só o maldito papel... e toda a inutilidade e bla bla bla.
No fim do conto ela desistiu mesmo e o apagou. No outro dia, ela disse a mesma coisa com as palavras invertidas, não ficou muito legal, e ela vomitou um pouco, depois chorou e bla bla bla. No fim a natureza venceu o corpo, e ela era só mais um peso desgastando colchões industrializados na terra.
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